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Encontro de gerações


Quando Joseph Schooling (SIN) tirou a foto da esquerda com a lenda viva Michael Phelps (EUA), ele era apenas um guri de 12 anos que sonhava ser igual a ele e trazer a primeira medalha olímpica de Singapura. Ele não imaginava que isso fosse acontecer logo contra Phelps! E, ao contrário de Chad Le Clos (AFS), Laszlo Cseh (HUN), Thiago Pereira (Minas/Florida) e Ryan Lochte (EUA), ele tornou-se o primeiro a vencer Phelps nos Jogos Olímpicos Rio 2016. No penúltimo dia, ele coroou uma jornada cheia de zebras espetaculares no Parque Aquático Olímpico da Barra com o Recorde Olímpico e melhor tempo ever sem trajes de 50.39. E ainda foi o responsável por colocar no pódio também os grandes favoritos da prova. Juntos: Phelps, Cseh e Le Clos, perfeito empate na medalha de prata com 51.14. A imagem abaixo prova o quão inesperados estão sendo estes Jogos:


Foto de Satiro Sodré/SSPress/CBDA

Três mitos míticos dividindo a mesma posição no pódio, eis algo que jamais se viu e possivelmente se verá. Ainda mais porque temos peso nisso.

Agora pense no seguinte: você, com 23 anos, não rende mais o bastante na natação e anuncia que vai parar. Logo, embarca numa vida de bebedeiras, depressão e tenta se matar várias vezes. Uma luz te ilumina e te diz: volte a nadar, que o teu melhor ainda vai chegar. Você volta. Não como favorito, mas como azarão. Consegue a vaga tirando jovens e tarimbados, como um que é o novo Recordista Mundial em Jardas e outro que foi prata na sua prova há quatro anos. E, de quebra, ainda cala o mundo ao ganhar a sua prova, aos 35 anos, tornando-se o mais jovem e o mais velho vencedor desta nas Olimpíadas. Eis a história do "Vovô" Anthony Ervin (EUA) que, com 21.39, conseguiu, 16 anos após empatar com Gary Hall Jr. em Sydney, o seu segundo ouro olímpico nos 50 livre. Quebrando todos os recordes, exceto o OR e o WR, que seguem nas mãos de Cesar Cielo (Minas/Arizona) - ah, se ele não tivesse vacilado no Maria Lenk... Florent Manaudou (FRA) desce um degrau com 21.40 e Nathan Adrian (EUA) completa o pódio com 21.49. Já Bruno Fratus (Pinheiros/Auburn) não teve uma saída nada boa. Resultado: sexto lugar com 21.79. Em entrevista com Karin Duarte, Fratus extravasou sua tristeza e nervosismo ao responder a óbvia pergunta "está decepcionado": "Não, tô felizão. Cheguei em sexto. Claro que estou triste". Ele, depois, pediu desculpas pela cabeça quente. Mas no lugar dele, não seria isso que eu responderia, não.


MAS NAS OUTRAS PROVAS NÃO TEVE ZEBRA

Não fale em zebra para Katie Ledecky (EUA). Em todas as provas livre, ela está lá, arrebentando. E ontem, na mais barbada de todas as provas, ela comprovou que só ela pode lhe derrotar. WR claro, cristalino e esperado, 8:04.79. Se liga nas parciais: 28.03, 29.95, 30.73, 30.71, 30.64, 30.70, 30.37, 30.85, 30.22, 30.74, 30.60, 30.76, 30.77, 30.37, 30.36, 28.99. Comprovadamente essa mulher não é deste planeta. Ah, a segunda colocada foi Jazmin Carlin (GBR), com 8:16.17, tendo chegado 20 centésimos depois Boglarka Kapas (HUN).

Nos 200 costas delas, a pergunta era: Maya Dirado (EUA) ou Katinka Hosszu (HUN)? Só a piscina poderia responder. Katinka até que começou bem, abrindo distância, mas o peso da piscina final a atingiu e Maya se aproveitou disso e do bom final (32.79 a 33.33) para tirar-lhe o ouro por reles 6 centésimos: 2:05.99 a 2:06.05. Maya, que anunciou que se aposenta depois da Olimpíada (duvide-o-dó) tirou a invencibilidade da Iron Lady, que mesmo assim, sorriu e celebrou mais uma medalha. Para quem não tinha nada, foi lucro. O bronze foi de Hilary Caldwell (CAN), 2:07.54.


AI AI AI AI AI AI AI, TÁ CHEGANDO A HORAAAAAA...

Neste sábado. nós teremos a última noite de disputas da natação. E a despedida será com provas imperdíveis, a começar pelos 50 livre, que terá Etiene Medeiros (SESI) como grande zebra contra Ranomi Kromowidjojo (HOL), as irmãs Campbell (HUN), Simone Manuel (EUA) e Fran Hallsall (GBR). Mas pelo jeito que as Olimpíadas vão, a medalha que faltou com Thiago e Fratus pode até vir...

Depois, haverá os 1500 livre, sem o irreconhecível Sun Yang (CHN), mas com Gregorio Paltrinieri (ITA) atrás do WR.

Em seguida, os 4 x 100 medley feminino e masculino. Atenção máxima para a última prova, que terá o Brasil e a despedida definitiva (será?) de Phelps.

Preparem vossos corações.


(informações do Best Swimming, Yes Swim, SwimSwam e Swimming World - fotos da transmissão do SporTV e de Satiro Sodré/SSPress/CBDA)

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