A festa das zebras
Anteriormente, do quinto dia da natação nos Jogos Olímpicos Rio 2016, destacamos os 200 medley masculino, onde Michael Phelps (EUA) reinou absoluto para tornar-se o maior atleta olímpico da humanidade e Thiago Pereira (Minas/Florida) chegou perto, muito perto, mas foi só o sétimo. Houve zebra nesta prova: Shun Wang (CHN) não estava na lista de favoritos, muito embora tenha ganho o bronze também nesta prova em Kazan, atrás apenas de Ryan Lochte (EUA) e Pereira, mas só de tê-los superado nesta sexta foi inesperado.
Agora, zebra maior (de tantas que nós vimos nos Jogos) foi nos 100 livre delas. Todos estavam apostando em qual seria o novo WR de Cate Campbell (AUS) e na sua dobradinha com a irmã, Bronte (AUS). Mas parece que Simone Manuel (EUA) e Penny Oleksiak (CAN) "não entenderam o recado". 24.77 foi o tempo de ida de Cate, ao que todos achavam que seria mais um WR certo. Eis que do nada, Cate, qual Thiago, travou na hora decisiva com a pior volta, e Manuel e a namoradinha do Canadá se aproveitaram disso para, juntas, conseguirem o primeiro perfeito empate desta competição, com direito a novo OR: 52.70. Muita história se fez com este empate: primeiro empate desde 1984 (quando Carrie Steinselffer e Nancy Hogshead, ambas americanas, cravaram juntas 55.92). Além do obviamente novo WJR, Penny Oleksiak (bem que a Yes Swim falou dela) é agora a maior medalhista canadense em uma única edição, com quatro medalhas na competição e está com a coleção completa, uma de cada cor. Já a xará e quase sósia da maior ginasta da história, a Biles, é a primeira negra campeã na natação olímpica, juntando-se ao seleto time de negros medalhistas olímpicos como Cullen Jones e Anthony Nesty. Completou o bronze Sarah Sjostrom (SUE), com 52.99. Cate e Bronte, nem pódio, deixando atônita toda a comunidade aquática. A maior zebra de todas.
Nos 200 peito feminino, todo mundo esperava uma sensacional prova de Rie Kaneto (JAP), mas o show que ela deu nesta prova foi acima: 2:20.30 (32.74, 35.52, 36.59, 36.07), com Yuliya Efimova (RUS) prata com 2:21.97 e Jinglin Shi (CHN), bronze com 2:22.28. Já Taylor McKeown foi apenas a sexta colocada. Para compensar a péssima jornada australiana, seu namorado Mack Horton (AUS) poderia comprovar o favoritismo nos 200 costas. Mas quem disse que comprovar favoritismo é certeza nessa Olimpíada? Ryan Murphy (EUA), inspirado, teve viradas melhores e só não foi WR por 21 centésimos. Enquanto o americano fez 1:53.62, Mitch veio 34 centésimos atrás. O pódio foi completo por Evgeny Rylov (RUS), com novo recorde europeu de 1:53.97.
Quanto às semifinais: 50 livre deles teve Florent Manaudou (FRA) como melhor tempo, 21.32, contra 21.46 de Andriy Govorov (RUS). Bruno Fratus (Pinheiros/Auburn) embarca com o sexto tempo com tempo ruim (palavras do próprio), 21.71. Ítalo Manzine Duarte (Minas) fica pelo caminho com 22.05. Katinka Hosszu (HUN), com 2:06.05, recorde húngaro, vem para mais uma vitória certa, agora nos 200 costas. Já nos 100 borboleta, após mais um show e emocionante premiação, Phelps fez 51.58, um centésimo atrás de Laszlo Cseh (HUN), mas quem vai largar na raia 4 é Joseph Schooling (SIN), com 51.43.
Desta vez não faremos palpites. Está tão inesperada essa natação olímpica que nem há como. Só nos resta orar para o Milagre de São Bruno Fratus mais tarde.
(informações da Best Swimming, Yes Swim, SwimSwam e Swimming World - imagem da transmissão do SporTV)