Phelps: o último ato do Greatest. Ou não.
Quando, há quatro anos, em Londres, Michael Phelps (EUA) terminou o revezamento 4 x 100 medley com o décimo oitavo ouro olímpico ever, já estava consumado seu adeus. Tanto, que a FINA lhe prestou uma grande homenagem e ele saiu do Aquatic Stadium de Londres ovacionado. A partir daí, Phelps deixava de ser atleta para ser The Greatest. Pelo menos na vida esportiva, porque fora dela, só escândalos. Chegou a ser preso por excesso de bebida na direção, usou drogas, esteve em farras e apresentou um comportamento que em nada lembrava o fenômeno que, desde 2002, espantava o mundo com grandes apresentações.
Mas aí ele se lembrou que era o maior nadador de todos os tempos e que nunca tinha nadado no Brasil. Então, resolveu maneirar. Anunciou sua volta, com direito a treino na piscina da Hebraica, em São Paulo (foto acima). E teve o perdão de sua namorada, a ex-Miss California Nicole Johnson, a quem conheceu em 2009 e se separara em 2012 e a transformou em senhora Phelps. Logo, nasceu Boomer, o filho de ambos, e a vida de Michael Fred Phelps III mudou para melhor.
No Campeonato Americano de 2015, ele voltou a ser The Greatest ao fazer o melhor tempo do mundo nos 100 e 200 borboleta (respectivamente 50.45 e 1:52.94) e nos 200 medley (1:54.75). Então, vieram os Trials em Omaha e ele logrou o êxito de alcançar a sua quinta e (talvez) última Olimpíada na semana de seus 31 anos. E mais do que isso: será o porta-bandeira norte-americano no Maracanã, na Cerimônia de Abertura desta sexta.
Sobre suas provas: nos 100 borboleta, ele pode ter a chance de ser o primeiro atleta tetracampeão olímpico, porque tem o segundo tempo do mundo neste ano, 51 cravados, atrás apenas dos 50.86 de Laszlo Czeh (HUN). Nos 200 borboleta, ele tem o sexto tempo do mundo com 1:54.84, mas, além de Czeh, tem como concorrentes Daiya Seto (JAP) e Chad Le Clos (RSA).
Mas a prova mais difícil para The Greatest serão os 200 medley. Ele tem o segundo tempo do mundo, 1:55.91. Mas uma concorrência forte: os japoneses Kosuke Hagino e Hiromasa Fujimori, os brasileiros Thiago Pereira (Minas/Florida) e Henrique Rodrigues (Pinheiros), o australiano Thomas Fraser-Holmes e o compatriota e campeão olímpico Ryan Lochte, com quem teve sensacionais disputas no ciclo. Ainda ele corre o risco de participar do revezamento 4 x 100 medley.
Pode ser que depois de suas apresentações do Rio, Phelps deixe definitivamente de ser atleta para voltar a ser lenda. Mas há quem diga que, apesar da alta idade, ele ainda tem muita lenha para queimar. Disso, só saberemos em 13 de Agosto.
(informações da Best Swimming e Yes Swim - foto da Yes Swim)